segunda-feira, 17 de agosto de 2009

S.O.S / S.U.S

Saudações, pessoal. Gostaria de me desculpar pela minha ausência mais uma vez. Como disse anteriormente, estava resolvendo uns problemas de saúde, mas já estou melhor. Minha mesa está cheia de remédios espalhados, que terei de tomar por mais alguns dias, mas fora isso, tudo bem. Felizmente não precisei ser internado.

Aproveitei este meio tempo em que fiquei ocioso para colocar alguns pensamentos em dia, fazer algumas observações, conversar com pessoas. Estive em alguns centros de saúde, procurando um otorrinolaringologista (eu consigo falar essa palavra sem gaguejar. Sério!) - que é um médico de garganta, nariz e ouvidos - que pudesse dar um jeito nos congestionamentos constantes do meu nariz que estão me incomodando bastante na hora de dormir.

Em minha busca, notei algumas disparidades muito grandes entre o sistema público e o particular. Não me refiro ao óbvio: instalações não muito confortáveis, longa fila espera, médicos nem sempre disponíveis... O problema é a burocracia pra ser atendido.

Quando cheguei ao posto de saúde do SUS, havia uma fila grande de pessoas pra tirar a carteirinha. Como não sabia o que era preciso pra pegar uma pra mim, perguntei ao rapaz que estava atendendo por ali e descobri que tinha que ir a uma tal de casa branca, levando comprovante de residencia e documentos pra eles poderem agendar uma data pra eu fazer o cadastro e aguardar mais uns dias até receber um cartão (que não me recordo o nome agora) para ir até o posto de saúde e pegar uma senha, entrar na fila para então, finalmente, fazer a carteira. PQP!

Se eu estivesse com alguma doença mais grave, que me impedisse de fazer esforço físico (como costumo ter, devido à bronquite), tava ferrado. Se fosse uma urgência e eu não tivesse alternativa, já teria morrido. Acabei optando por pagar uma taxa de atendimento na clínica particular mesmo, cujo médico eu já conhecia. Havia levado, dias antes, meu irmão para consultar com ele (meu irmão tem plano de saúde) e parece que era coisa de outro mundo: a sala do médico era bem equipada, higienizada, tudo bonitinho.

Pensei que teria a mesma sorte, pagando a taxa da consulta (não tenho plano de saúde). Doce ilusão. Fui atendido no ambulatório da clínica, numa salinha bem menos luxuosa e sem os modernos equipamentos. Não reclamo da consulta nem faço questão de luxo, pelo contrário, mas fico um tanto atordoado com o abismo de diferença entre ter um convênio e depender da saúde pública, entre ter condições de gastar uma fortuna com planos abusivos de saúde e não poder arcar com os custos. Até mesmo dentro da clínica particular há meio que um apartheid social.

Tive sorte de ser atendido por um profissional competente, numa clínica higienizada e com o equipamento necessário, sem excessos, mas imagino a dor das pessoas que estavam aguardando na enorme fila do SUS. E isso porque os hospitais públicos da minha cidade ainda são bem melhores, em termos de eficiência e higiene, do que muitos outros por aí em cidades grandes. Não consigo nem imaginar como deve estar a situação nas metrópoles.

Com relação a mim, estou de volta à Terra. Acabaram as férias prolongadas no curso e agora é hora de enfiar a cara nos estudos. Em breve, volto com novidades.

Abraços,

Jack Waters

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