terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Em busca da ascensão social - Parte 2 - O contato com a religião

Não pegue o bonde andando, acompanhe a Introdução e a Parte 1
"- Mãe, por que chove? - perguntou o menino, curioso
- Porque papai do céu quis, meu filho

- Por que o céu é azul, mãe?

- Porque papai do céu quis, meu filho
- Quem criou o mundo, mãe?
- Papai do céu, meu filho
-
Como ele criou o mundo, mãe?

- Ora, como... criando!

- E quem criou papai do céu, mãe?

- Não pense nisso meu filho, papai do céu não gosta de meninos desobedientes!
- Tá bom mãe..."


Entramos agora na fase magnífica do "como?" e do "por quê?", que se inicia por volta dos 4 anos e geralmente significa uma grande dor de cabeça para os pais. Mas... por quê?

É sabido que muitas pessoas não param muito para refletir sobre as perguntas da vida e do cotidiano por motivos diversos.Algumas acreditam que possuem a resposta definitiva para todas as perguntas e, sendo assim, não precisam pensar muito a respeito.Outro motivo(que pode acabar levando ao 1º) é a questão da velocidade.

Vivemos hoje na era da super-informação, das cansativas jornadas de trabalho e do pouco tempo para dedicar-nos a nós mesmos e, consequentemente, à reflexões e divagações sobre nós e sobre o mundo.Vivemos cercados de dúvidas que não temos tempo para buscar respostas.É nesse ponto que entra o papel da Religião, tema da análise de hoje.

Você deve estar se perguntando "Que diabos tem a ver a religião com a velocidade?!". Calma, já vou explicar =]

Acompanhe esta linha de raciocínio: Uma pessoa que, como ja vimos na análise anterior, foi condicionada desde cedo, no lar, a não questionar muito e não buscar as respostas através de suas próprias experiências, que cresce cercada de dúvidas e agora não é mais uma questão de vontade de aprender, mas sim de tempo para tal (em outras palavras, agora ela, em meio a diversos compromissos e presa a horários, não tem mais tempo para pensar), como reagiria se alguém lhe apresentasse uma resposta simples para todas as perguntas?

E se tantas outras pessoas de seu meio também acreditam naquela resposta e fazem pressão direta ou indiretamente para ela aceitá-la? Qual seria a reação mais provável?

Ganhou um doce quem disse que essa pessoa provavelmente aceitou aquela resposta simples e que a poupa de pensar muito, mesmo sem comprovação alguma, nenhum testemunha e muitas contradições. Afinal, não precisa pensar muito sobre isso, você já tem a fé, e isso basta ;)

Deus não gosta de criança que questiona muito.

O que tudo isso tem a ver com as crianças? Simples. Se em um adulto de cabeça feita a religião pode determinar toda a sua crença e nortear suas atitudes, imagine na mente inocente de uma criança que,como já vimos, tende a acreditar em tudo que os mais velhos e "sábios" lhe dizem.

O círculo vicioso se forma dessa maneira: Os pais religiosos que não têm tempo, conhecimento e/ou paciência para explicar às crianças aquilo que elas questionam encontram uma solução rápida para os seus problemas: colocá-la em um meio religioso, para que assim aprenda a ter fé e ter a resposta pronta para tudo: "Porque Deus quis".

Nesse meio não são toleradas opiniões opostas nem certas dúvidas e a criança que já estava com medo de pensar acaba fechando ainda mais a sua mente por medo do "castigo eterno" do "bondoso" papai do céu e da repressão dos homens. Os ateus e todos os que não são cristãos conhecem bem o significado das palavras Intolerância religiosa. Mesmo depois de tantos anos desde o fim da Santa Inquisição parece que pouco mudamos...

Agora a criança começa a aprender "valores morais e sociais" de acordo com a visão de sua religião. Usarei como exemplo a religião cristã, que é a maioria em nosso país. Seja católica, evangélica, Opus Dei ou qualquer outra ramo do cristianismo, todas elas têm uma base em comum, os ensinamentos de Cristo e as palavras da Bíblia.

Aprende aí porque não se deve matar, roubar, estuprar, mentir, etc. o famoso "Deus castiga".

O medo de ser reprimido e castigado avança mais uma etapa...


Na próxima etapa, analisarei a vida escolar e a influência das amizades

Para finalizar, duas frases célebres:

"Se as pessoas são boas só por temerem um castigo ou almejarem uma recompensa, então somos um grupo realmente desprezível." - Einstein

"A religião é uma ótima ferramenta para manter as pessoas comuns quietas" - Napoleão Bonaparte


Postado por Jack Waters

Entrevista com Richard Dawkins

Pra quem não conhece, Richard Dawkins é professor da universidade de Oxford e autor do livro "Deus, um delírio". O ateu mais famoso do mundo nos dias atuais iniciou há alguns anos uma cruzada contra a religião e a favor da razão e do pensamento crítico.


Nesta entrevista para a CNN ele explica os motivos de ser ateu e esclarece o mal entendido que gera a intolerância da sociedade religiosa aos que não crêem no mesmo que ela. Um prato cheio para ateus/agnósticos e para todos que quiserem derrubar de uma vez por todas esse muro de ignorância e discriminação sem fundamento que limita a nossa visão.

Entrevista para a CNN

Richard Dawkins responde "E se você estiver errado ?"



Obs.:Ainda não aprendi a colocar os vídeos do Youtbe direto aqui, então coloquei os links.Se alguém puder me explicar como faz, eu agradeço.


Postado por Jack Waters

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

A próxima guerra

Há alguns dias estava eu conversando no mirc, quando um de meus amigos me manda um texto no mínimo interessante, abordando uma questão perturbadora que acontece neste momento ao norte do nosso país(mais especificamente em Roraima) e que agora disponibilizarei para vocês. Não posso assegurar a confiabilidade da fonte, mas a minha namorada, que é de Boa Vista/RR leu o texto e disse que é tudo verdade.

O que mais me intriga é que essa notícia não é transmitida na mídia das grandes massas e o povo continua completamente alienado para as questões políticas nacionais.
Segue um mapa do estado, para facilitar a visualização e depois o texto:



A PRÓXIMA GUERRA

Segue abaixo o relato de uma pessoa conhecida e séria, que passou recentemente em um concurso público federal e foi trabalhar em Roraima. Trata-se de um Brasil que a gente não conhece.

As duas semanas em Manaus foram interessantes para conhecer um Brasil um pouco diferente, mas chegando em Boa Vista (RR) não pude resistir a fazer um relato das coisas que tenho visto e escutado por aqui.

Conversei com algumas pessoas nesses três dias, desde engenheiros até pessoas com um mínimo de instrução.

Para começar o mais difícil de encontrar por aqui é roraimense, pra falar a verdade, acho que a proporção é de um roraimense para cada 10 pessoas é bem razoável, tem gaúcho, carioca, cearense, amazonense, piauiense, maranhense e por aí vai. Portanto falta uma identidade com a terra. Aqui não existem muitos meios de sobrevivência, ou a pessoa é funcionária pública, e aqui quase todo mundo é, pois em Boa Vista se concentram todos os órgãos federais e estaduais de Roraima, além da prefeitura é claro. Se não for funcionário público a pessoa trabalha no comércio local ou recebe ajuda de Programas do governo. Não existe indústria de qualquer tipo. Pouco mais de 70% do Território roraimense é demarcado como reserva indígena, portanto restam apenas 30%, descontando-se os rios e as terras improdutivas que são muitas, para se cultivar a terra ou para a localização das próprias cidades. (Na única rodovia que existe em direção ao Brasil (liga Boa Vista a Manaus, cerca de 800 km) existe um trecho de aproximadamente 200 km reserva indígena Waimiri Atroari) por onde você só passa entre 6:00 da manhã e 6:00 da tarde, nas outras 12 horas a rodovia é fechada pelos índios (com autorização da FUNAI e dos americanos) para que os mesmos não sejam incomodados.

Detalhe: Você não passa se for brasileiro, o acesso é livre aos americanos, europeus e japoneses. Desses 70% de território indígena, diria que em 90% dele ninguém entra sem uma grande burocracia e autorização da FUNAI.

Detalhe: Americanos entram na hora que quiserem, se você não tem uma autorização da FUNAI mas tem dos americanos então você pode entrar. A maioria dos índios fala a língua nativa além do inglês ou francês, mas a maioria não sabe falar português. Dizem que é comum na entrada de algumas reservas encontrarem-se hasteadas bandeiras americanas ou inglesas. É comum se encontrar por aqui americano tipo nerds com cara de quem não quer nada, que veio caçar borboleta e joaninha e catalogá-las, mas no final das contas pasme, se você quiser montar um empresa para exportar plantas e frutas típicas como cupuaçu, açaí camu-camu etc., medicinais, ou componentes naturais para fabricação de remédios, pode se preparar para pagar 'royalties' para empresas japonesas e americanas que já patentearam a maioria dos produtos típicos da Amazônia...

Por três vezes repeti a seguinte frase após ouvir tais relatos: É os americanos vão acabar tomando a Amazônia e em todas elas ouvi a mesma resposta em palavras diferentes. Vou reproduzir a resposta de uma senhora simples que vendia suco e água na rodovia próximo de Mucajaí:

'Irão não minha filha, tu não sabe, mas tudo aqui já é deles, eles comandam tudo, você não entra em lugar nenhum porque eles não deixam. Quando acabar essa guerra aí eles virão pra cá, e vão fazer o que fizeram no Iraque quando determinaram uma faixa para os curdos onde iraquiano não entra, aqui vai ser a mesma coisa'.

A dona é bem informada não? O pior é que segundo a ONU o conceito de nação é um conceito de soberania e as áreas demarcadas têm o nome de nação indígena. O que pode levar os americanos a alegarem que estarão libertando os povos indígenas. Fiquei sabendo que os americanos já estão construindo uma grande base militar na Colômbia, bem próximo da fronteira com o Brasil numa parceria com o governo colombiano com o pseudo objetivos de combater o narcotráfico. Por falar em narcotráfico, aqui é rota de distribuição, pois essa mãe chamada Brasil mantém suas fronteiras abertas e aqui tem Estrada para as Guianas e Venezuela. Nenhuma bagagem de estrangeiro é fiscalizada, principalmente se for americano, europeu ou japonês, (isso pode causar um incidente diplomático)... Dizem que tem muito colombiano traficante virando venezuelano, pois na Venezuela é muito fácil comprar a cidadania venezuelana por cerca de 200 dólares.
Pergunto inocentemente às pessoas; porque os americanos querem tanto proteger os índios. A resposta é absolutamente a mesma, porque as terras indígenas além das riquezas animais e vegetais, da abundância de água são extremamente ricas em ouro (encontram-se pepitas que chegam a ser pesadas em quilos), diamante, outras pedras preciosas, minério e nas reservas norte de Roraima e Amazonas, ricas em PETRÓLEO.
Parece
que as pessoas contam essas coisas como que num grito de Socorro a alguém que é do sul, como se eu pudesse dizer isso ao presidente ou a alguma utoridade do sul que vá fazer alguma coisa. É pessoal, saio daqui com a quase certeza de que em breve o Brasil irá diminuir de tamanho. Um grande abraço a todos. Será que podemos fazer alguma coisa???
Acho que sim.

Repasse esse e-mail para que um maior número de brasileiros fique sabendo desses absurdos.

Mara Silvia Alexandre Costa Depto de Biologia Cel. Mol. Bioag.
Patog. FMRP - USP

. Um grande abraço a todos. Será que podemos fazer alguma coisa???
Acho que sim.

Repasse esse e-mail para que um maior número de brasileiros fique sabendo desses absurdos.

Mara Silvia Alexandre Costa Depto de Biologia Cel. Mol. Bioa



Vamos abrir os olhos, Brasil!!

Publicado por Jack Waters

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Os Dois Mundos

A cada dia que passa o ser humano se afasta da verdade, embora saibamos da realidade nos escondemos, nesse breve texto mostrarei um conceito novo sobre a realidade.

Em pleno século 21 estamos vivendo em dois mundos, simultaneamente, porém não percebemos, pois nossos olhos foram fechados pelo pseudo-Deus que vive na Wired. Em 1998 ocorreu o "Boom" digital/virtual(Microsoft, Apple...), o mundo real, o que necessita de sangue e carne, começaria a ser afetado, e sociedades secretas seriam criadas.













No começo desse "boom" o mundo digital ainda não poderia ser considerado mundo, embora ele existisse desde a pré-história, esse "boom" foi caracterizado pelo fluxo de informação e pelo processo da globalização, o desenvolvimento da wired não parou por aí, o mundo virtual se confunde com o real em tempo presente, mas ainda há pessoas que acreditam que a "wired" seja apenas para informações, sinto afirmar que não é só isso, esse mundo virtual está interligado no mundo real por ter quebrado algumas fronteiras, as barreiras entre os dois mundos estão se perdendo.

Todos estamos conectados, não há o que temer, a wired interfere no mundo real, posso dar exemplos claros sobre isso, há uma famosa rede de relacionamentos que se chama orkut, (uma praga virtual), essa rede faz com que seus filhos mostrem o que eles possuem de valor, ficando alvo fácil de ladrões, que da wired podem partir para o real e fazer a dor surgir no meio familiar; Outro exemplo pode ser o seu dinheiro, que você usa para comprar pão, ele faz o seu sangue e carne ser sustentado, porém esse dinheiro também está no mundo virtual, e um hacker que está no mundo wired pode fazer uso do seu dinheiro no mundo real, não há dúvidas que as barreiras foram quebradas, jogos como Second Life, usam dinheiro real para comprar produtos virtuais, e dinheiro virtual para comprar uma camiseta para você usar antes de dormir, a quebra está acontecendo.

Não há concretização de uma meta sem antes uma profecia, Bill Gates modificou a sua vida, mas ele não é um Deus na wired, é apenas um dos profetas ( explicarei isso melhor ), Deus no mundo real (corpo) é definido pelos seus poderes, onipresença, e entre outros, porém o Deus da wired é existente, ele não é um conceito, ele existe, pode chamar do que quiser, Microsoft, Bill Gates, Gato Negro, Apple, maçã, Mac', o que importa é que há uma força na Wired que pode mudar a sua vida, assim como já mudou, pois todos nós conectamos na wired uma vez por semana.

O mundo virtual sempre existiu, quando o homem das cavernas conseguia uma caça que tinha o direito de se orgulhar, ele se interligava, conectava aos outros, celebrava. Se você hoje vai comprar pão em uma padaria, você não está usando o computador, porém está conectado, pode ser difícil de entender, pois você sofreu uma lavagem cerebral; Exemplo disso é quando você passa em um concurso público, seu nome está no site, seu cpf está em um site, no banco de dados do Deus da wired, porém você não tem um computador; Tente visualizar sua mente no mundo da Wired, aliás, o fluxo de pensamentos e ações feito pela sinapse é um processo simples da Wired, sei que você está vendo sangue e carne, mas não passa de um software criado por um Deus da Wired que também é existente no mundo real, que não é real, pois o mundo real não é tão real assim, o corpo humano só serve para comprovar a sua existência, e não adianta o local, você está conectado na wired.












Se você tiver sangue e carne, a sinapse conectará você ao mundo virtual, e se você estiver na wired sem carne e sangue, não me culpe, sei que cada um tem o seu momento, e que está lotado desse lado, porém não posso ver a sociedade cega assim.
Outros também já tentaram mostrar que o mundo são dois, usaram filmes, livros, e vários morreram, e outros obtiveram sucesso com:

Blade Runner

"Sendo inicialmente mal recebido nas salas de cinema, cedo se tornou claro que a partir do filme é possível obter múltiplas leituras filosóficas ou religiosas sobre temas recorrentes: quem somos? de onde viemos? para onde vamos? o que nos torna humanos?"

Serial Experiments Lain

Pai: “Quando está tudo dito e feito, a Wired é somente um meio de comunicação e transferência de informação. Você não deve confundir isto com o mundo real”.

Lain: “Você está errado! A fronteira entre os dois não é assim tão clara. Eu serei capaz de entrar nela em breve. Em alcance total. Movimento total. Eu traduzirei meu corpo nela. Não se preocupe. Eu ainda sou eu”."

“A Wired não pode interferir no mundo real!” Quando Lain sugestiona “Não adianta aonde você vá, todos estão conectados”

Matrix

"A questão filosófica principal que o filme traz é justamente essa: O que é o real?"












Há "fantasmas", que se comunicam com pessoas desse mundo usando a internet(o computador), há estudos sobre isso, embora eu não possa dar confirmação, alguns sabem sobre o que estou falando (frequência dos mundos, como o filme "Luzes do Além"), pode ocorrer contatos entre os dois mundos.

Não é ser médium, é entrar na Wired de "corpo e alma", mas lembre-se "você pode não ser mais você", pois quem é você? Sua memória foi modificada, a sua personalidade na Wired pode se transformar na real, pois no Kardecismo do sábio Allan Kardec há reencarnação, que nada mais é que voltar ao corpo humano, e "sair"(Você nunca sai dela, apenas não sabe que está dentro dela) da Wired.

Publicado por Ph4n7oN

sábado, 12 de janeiro de 2008

Em busca da ascensão social - Parte 1 - A educação no lar

Se você não acompanha a série, confira a introdução aqui

Começaremos pelo início da vida. Sim, aqueles bons tempos de nossa infância em que tudo era novo e fantástico. Um mundo inteiro de belezas, encantos, perigos e mistérios extendiam-se diante de nós: bravos exploradores em busca de novas experiências. Época em que não tínhamos que nos preocupar com escola, trabalho, status, beleza ou com as desgraças que afligem o planeta. Ao invés disso, brincávamos alegremente de nos descobrir e também o fazer com o mundo, fartando-nos de fantasia e sonhos. Sim, bons tempos aqueles em que as possibilidades se escancaravam à nossa frente e desfrutávamos de uma agradabilíssima sensação de liberdade.

Quem foi criança na década de 90 como eu, vão se lembrar das maravilhosas tardes que passaram jogando o mega drive ou super nintendo, assistindo Power Rangers (o 1º), Cavaleiros do Zodíaco, tantas outras séries e animes ou brincando na rua com o maior "piques" e diversas brincadeiras do tempo de nossos avós. Também se lembrarão dos Mamonas Assassinas (eternas saudades), do Ayrton Senna e de outros ídolos que desde cedo tivemos que nos habituar com a perda.

Quem não se lembra daquelas músicas que não entendíamos a letra por sermos inocentes e sem maldade no coração? Ahhh bons tempos aqueles...


Mas como explicar a uma criança o que é a morte?

Na infância, que começa em torno dos 4 ou 5 anos, aos poucos tomamos consciência de que há coisas que não compreendemos e a partir daí desenvolvemos nossa capacidade de questionar (Pode-se dizer que as crianças são filósofas por natureza), e buscamos questionar aqueles que para nós são a principal fonte de influência e verdadeiros poços de sabedoria: Nossos pais, avós e pessoas mais velhas com que convivemos.

Porém, há certas coisas que são difíceis até mesmo para os sábios explicar para uma criança. Por exemplo:
O que é a morte?
Como tudo começou?

Por que o céu é azul?

Por que as pessoas têm cores diferentes?


A maioria dos pais não se pergunta o motivo ou significado de tantas coisas, acabando por ficar sem uma resposta convincente para dar. Entretanto, para uma criança não são necessárias amplas explicações. Respostas do tipo "Por que papai do céu fez assim" são bastante esclarecedoras a elas.

Desde cedo, a criança acostuma-se a receber respostas simplórias e vagas e em alguns casos é "educada" a não fazer questionamentos complexos, como por exemplo a existência de um paraíso ou de um "papai do céu".

Também acontece a várias crianças nessa idade serem reprimidas por seus pais ao fazerem suas "experiências" de vida.Quem nunca levou um tapinha ou uma bronca por mexer nas gavetas da mamãe, brincar com as ferramentas do papai ou colocar o dedo na tomada? Quem nunca ouviu um "Sai daí, menino!", "Não mexa aí!" ou "Não faça isso!", geralmente acompanhado de ameaças? Nós não compreendemos porque somos impedidos de explorar e aprender as coisas da vida e acabamos encarando nossos pais como tiranos, mas depois simplesmente nos conformamos e aceitamos o fato de que há certas coisas que não podemos fazer.

Não brinque com a tomada menino!!


Nessa primeira etapa da vida, a educação no lar tem um papel de extrema importância na nossa formação como seres humanos.É nesta fase que aprendemos, teoricamente, valores como honestidade, paciencia, compreensão, solidariedade (quem tem irmãos entende o que quero dizer) e noção do que é aceito e o que não é por outras pessoas. Digo "teoriacamente" porque, em muitos casos, o que os pais fazem é dizer aos seus filhos como devem se comportar mas acabam se comportando de maneira oposta. É o famoso "Faça o que eu digo e não o que eu faço". Porém, eles se esquecem que a criança aprende muito mais com o exemplo do que com a palavra.
Que valor tem as palavras de um pai que diz ao seu filho para não bater em seu irmãozinho, mas quando chega em casa depois do trabalho agride a sua esposa? O que dizer então das palavras de uma mãe fumante compulsiva que diz ao seu filho pequeno para não fumar? As coisas não são bem por aí.

Com o passar do tempo a criança acaba ficando um tanto confusa com tantas informações. Suas dúvidas se expandem à medida que novos horizontes de conhecimento aparecem. Quanto mais aprendem, mais percebem o quão pouco sabem. E não é fácil organizar tal conhecimento. Se a criança se acostumar em conformar-se com a ignorância quando seus pais o reprimirem por questionar certas coisas ou darem respostas vagas que só irão gerar mais dúvidas, acabará ficando com preguiça de pensar. Afinal, de que adianta buscar saber as coisas se ninguém vai ajudar, se vão reprimir e no final das contas você só vai ter mais dúvidas que no início?

É muito mais fácil acreditar em uma resposta simples que explica tudo. É aí que entra o papel da religião, mas isso é assunto para o próximo artigo...

Até lá.


Publicado por Jack Waters


Agradecimento:
Ao meu amigo Bruno por revisar o texto e dar sugestões.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Em busca da ascensão social - Introdução

Você alguma vez já ouviu frases do tipo "Não faça isso!Está errado!", "Você tem que estudar pra arranjar um bom emprego e ficar rico" e "Não pense nisso ou irá pro inferno!"?

Já se sentiu tentado a comprar coisas que não precisa só porque gostou da propaganda?

Já fez algo que não queria fazer por pressão dos amigos?

Já se sentiu confuso e solitário por não ter alguém com quem conversar abertamente sobre as suas idéias por medo de alguém as achar malucas e ridículas?

Já se sentiu mal com o seu corpo?

Se você se identificou com alguma situação acima, saiba que não é o único.

Esta é a introdução de uma série de artigos em que pretendo expor a minha visão sobre a sociedade em diversas etapas da vida do Homem ocidental, baseada em minhas experiências pessoais.

Tentarei mostrar em etapas que considero as mais relevantes como somos moldados pelo nosso meio, que enquadra e limita nossas mais bela manifestação artística: a liberdade.

O Medo da rejeição as vezes nos torna o que não gostaríamos de ser...

Ao longo de nossa vida somos coagidos, manipulados e limitados pelo mundo ao nosso redor.
Pais, religião, escola, mídia, sociedade, mercado de trabalho; Todos esses são responsáveis pela nossa formação intelectual e social.Todos procuram impor a nós suas respectivas visões de mundo, o que é "certo" e o que é "errado", quais os tipos de comportamento devemos ter, o que devemos pensar,falar e vestir, ter ou não ter.

De uma forma resumida, buscarei mostrar como nascemos livres e aos poucos vamos tomando medo do mundo, limitando-nos e adequando a um molde invisível de uma sociedade que sequer sabe porque se deixa moldar por ele. Da magia da infância ao calculismo frio da vida adulta, da amizade verdadeira às relações de interesse, da solidariedade à indiferença, do livre pensamento ao tabu. Deixamos de viver e passamos a existir, deixando de lado o verdadeiro valor de nós mesmos em troca da aceitação do grupo.

Que a jornada comece!



Nota do autor:
T
udo que for dito nesta série de artigos parte de minha própria experiência de vida.Não digo quem está certo ou errado, tampouco pretendo mudar o modo de vida de ninguém.Meu objetivo é fazer uma análise crítica, e se alguém se identificar com o que foi dito, saiba que não está sozinho, que há muitos outros que pensam como você.Da mesma forma, críticas e sugestões são bem-vindas, desde que sejam com o intuito de ajudar e não de ofender.