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segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Decorar, copiar e reproduzir

Estou feliz por finalmente estar aprendendo matemática, depois de anos e anos de fracasso nessa matéria. Nunca me interessei em aprendê-la devidamente até este ano, quando a pressão do vestibular me forçou a tal. Também não imaginei que fosse conseguir compreender a álgebra, a trigonometria e a geometria espacial; logaritmo pra mim era bicho de sete cabeças (bem, digamos que agora são 5 cabeças, porque ainda estou estudando) e gráficos eram pesadelos. O que tudo isso tem a ver com o título? A fonte dos meus problemas: a decoreba.

Eu não sei se é descaso dos professores ou se é a política dos colégios em que estudei (todos particulares), mas desde cedo fui "doutrinado" a decorar, a copiar e a reproduzir fielmente. Tive pavor de história até a 6ª série, devido à professora megera que simplesmente ia relatando os fatos do passado, sem apresentar as relações de causa e consequência entre eles ou o contexto em que estavam inseridos.

Quando mudei de escola, na 7ª série, passei a me apaixonar pela matéria. O professor (que foi o primeiro com quem fiz amizade) era muito bom e nos estimulava a refletir, a comparar, a analisar historicamente os eventos. Ele pegava, por exemplo, algo que acontecia durante o período do Brasil colônia e traçava paralelos com o que acontece ainda hoje. Dizia que o mais importante não é conhecer os fatos, mas ter uma visão histórica sobre eles, ou seja, entender o que os causou e quais foram suas consequências. Isso é estudar história!

Nós não precisamos de nenhum controle de pensamento

No campo das ciências, não me foi diferente. Sempre fui amante delas, mas, infelizmente, quase sempre estas me foram ensinadas de forma fria, calculista, nominal. A biologia, por exemplo, é limitada a um monte de nomes complicados e suas funções e relações com outros nomes complicados; a quimica e a física são reduzidas a complexos cálculos matemáticos, em que se mudam apenas as variáveis e as fórmulas. Assim fica difícil visualizar o fenômeno, entender o que realmente acontece na prática, ver a beleza da ciência.


Algo vem me deixando bastante indignado desde o ano passado, quando comecei a dar aulas de reforço para a minha irmã menor (que hoje estuda no colégio que eu estudei até a 6ª série, das professoras megeras): o excesso de memorização mecânica, a decoreba.

Em geografia, por exemplo, uma vez estávamos estudando sobre as diversas regiões do Brasil, começando pelo nordeste. Imaginei que a professora iria cobrar na prova a cultura do povo nordestino, os problemas que eles enfrentam, como a seca e a pobreza, etc. Em vez disso, ela queria que as crianças decorassem nomes de pratos típicos. Isso mesmo, decorar pratos típicos!! Ta bom que era a 4ª série e as crianças não têm tanta maturidade para entender a realidade de uma região distante, mas decorar pratos típicos é sacanagem. Na região sul, eu lembro que tinha que decorar nomes de rios que fazem divisa com outros países e outros detalhes irrelevantes. Isso sem contar a clássica relação de estado/capital, que sempre aparece. Em história é ainda pior, mas não vou nem comentar poque isso me enoja.

Resultado: minha irmã consegue reproduzir, como um robô, vários conteúdos, mas não sabe o que significam, não tem a menor idéia de como seus conhecimentos podem ser postos em prática e não enxerga o contexto global.

Quando vou ensinar-lhe as matérias que tem dúvidas, busco sempre maneiras dela visualizar, raciocinar, usar a lógica e aprender de verdade. Sem decorar nada, as notas dela passaram a aumentar consideravelmente nas provas e é recompensador quando ela vê alguma coisa na televisão e comenta comigo: "ahhh, isso acontece por causa daquilo que você me explicou" (e faz uma relação entre os assuntos).

Quanto a mim, passei a enxergar a matemática como uma matéria lógica, dedutível. As fórmulas não são mais decoradas, mas compreendidas, visualizadas, analisadas até fazerem sentido. Como estou estudando sozinho (e tirando dúvidas com os amigos), não sofro com a repreensão de professores nem sigo métodos prontos.

Para se ter uma idéia de como isso é danoso, uma professora de matemática que tive no ensino fundamental era tão rígida com relação a seus métodos de calcular que exigia que todos fizessem exatamente da mesma forma que ela (exemplo hipotético: 2+2 é certo, 3+1 não). Que tipo de adultos essas crianças se tornarão, se desde cedo sua curiosidade e criatividade são castradas, uniformizadas e direcionadas por um caminho estreito?

Esse é um dos fatores em que ainda estamos, como Estado e sociedade, muito atrasados em relação a outros países, e o pior de tudo é que se trata de mais um ciclo vicioso. Estamos matando mentes geniais e cientistas brilhantes e criando uma nação de seres humanos mecanizados que, por sua vez, vão continuar encobrindo o desejo do saber das gerações posteriores.

Abraços,

Jack Waters

sábado, 11 de julho de 2009

Que lei!

Vou postar aqui uma lei que foi aprovada pelo presidente Lula! Não vou nem falar nada só tirem suas próprias conclusões! Só acho que isto sim deveria ser recriminado pela sociedade!

"DECRETO Nº 6.381, DE 27 DE FEVEREIRO DE 2008.

Regulamenta a Lei no 7.474, de 8 de maio de 1986, que dispõe sobre medidas de segurança aos ex-Presidentes da República, e dá outras providências.


O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no 7.474, de 8 de maio de 1986,

DECRETA:

Art. 1o Findo o mandato do Presidente da República, quem o houver exercido, em caráter permanente, terá direito:

I - aos serviços de quatro servidores para atividades de segurança e apoio pessoal;

II - a dois veículos oficiais, com os respectivos motoristas; e

III - ao assessoramento de dois servidores ocupantes de cargos em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, nível 5.

Art. 2o Os servidores e motoristas a que se refere o art. 1o serão de livre escolha do ex-Presidente da República e nomeados para cargo em comissão destinado ao apoio a ex-Presidentes da República, integrante do quadro dos cargos em comissão e das funções gratificadas da Casa Civil da Presidência da República.

Art. 3o Para atendimento do disposto no art. 1o, a Secretaria de Administração da Casa Civil da Presidência da República poderá dispor, para cada ex-Presidente, de até oito cargos em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, sendo dois DAS 102.5, dois DAS 102.4, dois DAS 102.2 e dois DAS 102.1.

Art. 4o Os servidores em atividade de segurança e os motoristas de que trata o art. 1o receberão treinamento para se capacitar, respectivamente, para o exercício da função de segurança pessoal e de condutor de veículo de segurança, pelo Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.

Art. 5o Os servidores em atividade de segurança e os motoristas aprovados no treinamento de capacitação na forma do art. 4o, enquanto estiverem em exercício nos respectivos cargos em comissão da Casa Civil, ficarão vinculados tecnicamente ao Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional, sendo considerados, para os fins do art. 6o, inciso V, segunda parte, da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, agentes daquele Departamento.

Art. 6o Aos servidores de que trata o art. 5o poderá ser disponibilizado, por solicitação do ex-Presidente ou seu representante, porte de arma institucional do Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional, desde que cumpridos os seguintes requisitos, além daqueles previstos na Lei no 10.826, de 2003, em seu regulamento e em portaria do Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional:

I - avaliação que ateste a capacidade técnica e aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo, a ser realizada pelo Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional;

II - observância dos procedimentos relativos às condições para a utilização da arma institucional, estabelecidos em ato normativo interno do Gabinete de Segurança Institucional; e

III - que se tratem de pessoas originárias das situações previstas no art. 6o, incisos I, II e V, da Lei no 10.826, de 2003.

Parágrafo único. O porte de arma institucional de que trata o caput terá prazo de validade determinado e, para sua renovação, deverá ser realizada novamente a avaliação de que trata o inciso I do caput, nos termos de portaria do Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional.

Art. 7o Durante os períodos de treinamento e avaliação de que tratam os arts. 4o e 6o, o servidor em atividade de segurança e motorista de ex-Presidente poderá ser substituído temporariamente, mediante solicitação do ex-Presidente ou seu representante, por agente de segurança do Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional.

Art. 8o O planejamento, a coordenação, o controle e o zelo pela segurança patrimonial e pessoal de ex-Presidente caberá aos servidores de que trata o art. 1o, conforme estrutura e organização própria estabelecida.

Art. 9o A execução dos atos administrativos internos relacionados com a gestão dos servidores de que trata o art. 1o e a disponibilidade de dois veículos para o ex-Presidente serão praticadas pela Casa Civil, que arcará com as despesas decorrentes.

Art. 10. Os candidatos à Presidência da República terão direito a segurança pessoal, exercida por agentes da Polícia Federal, a partir da homologação da respectiva candidatura em convenção partidária.

Art. 11. O Ministro de Estado da Justiça, no que diz respeito ao art. 10, o Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional, no que concerne aos arts. 4o, 5o, 6o e 7o, e o Secretário de Administração da Casa Civil, quanto ao disposto nos arts. 2o e 9o, baixarão as instruções e os atos necessários à execução do disposto neste Decreto..

Art. 12. Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação.

Art. 13. Revoga-se o Decreto no 1..347, de 28 de dezembro de 1994.

Brasília, 27 de fevereiro de 2008; 187o da Independência e 120o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Tarso Genro
Jorge Armando Felix"

Esse presidente está brincando com a gente!

Espero que gostem!

Para quem acha que é mentira olha só: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Decreto/D6381.htm

Romulo

quinta-feira, 11 de junho de 2009

O que esta acontecendo na USP!

Hoje venho mostrar para vocês caros leitores, um email que eu recebi, que é um relato do que está acontecendo na USP na visão de um professor de lá. Segue o texto.

"Olá,

Interessante relato do Professor Pablo Ortellado, que estava com a gente na hora que tudo aconteceu – e nos ajudou a valer, com os feridos, detidos e para nos acalmarmos. Por favor, leiam e repassem – e chega de ficar conferindo só o espetáculo das TVs e Jornais.

Abraços – de quem não consegue dormir, dentro dessa usp sitiada por nove carros da Força Tática da Polícia Militar e 4 helicópteros sobrevoando a Moradia Estudantil (CRUSP).

Xavier.


***

Pra quem quiser saber o que está acontecendo na USP:

Urgente e importante: Tropa de Choque na USP


Prezados colegas,

O que os senhores lerão abaixo é um relato em primeira pessoa de um docente que vivenciou os atos de violência que aconteram poucas horas atrás na cidade universitária (e que seguem, no momento em que lhes escrevo – acabo de escutar a explosão de uma bomba). Peço perdão pelo uso desta lista para esse propósito, mas tenho certeza que os senhores perceberão a gravidade do caso.

Hoje, as associações de funcionários, estudantes e professores haviam deliberado por uma manifestação em frente à reitoria. A manifestação, que eu presenciei, foi completamente pacífica. Depois, as organizações de funcionários e estudantes saíram em passeata para o portão 1 para repudiar a presença da polícia do campus. Embora a Adusp não tivesse aderido a essa manifestação, eu, individualmente, a acompanhei para presenciar os fatos que, a essa altura, já se anunciavam. Os estudantes e funcionários chegaram ao portão 1 e ficaram cara a cara com os policiais militares, na altura da avenida Alvarenga. Houve as palavras de ordem usuais dos sindicatos contra a presença da polícia e xingamentos mais ou menos espontâneos por parte dos manifestantes. Estimo cerca de 1200 pessoas nesta manifestação.

Nesta altura, saí da manifestação, porque se iniciava assembléia dos docentes da USP que seria realizada no prédio da História/ Geografia. No decorrer da assembléia, chegaram relatos que a tropa de choque havia agredido os estudantes e funcionários e que se iniciava um tumulto de grandes proporções. A assembléia foi suspensa e saímos para o estacionamento e descemos as escadas que dão para a avenida Luciano Gualberto para ver o que estava acontecendo. Quando chegamos na altura do gramado, havia uma multidão de centenas de pessoas, a maioria estudantes correndo e a tropa de choque avançando e lançando bombas de concusão (falsamente chamadas de “efeito moral” porque soltam estilhaços e machucam bastante) e de gás lacrimogêneo. A multidão subiu correndo até o prédio da História/ Geografia, onde a assembléia havia sido interrompida e começou a chover bombas no estacionamento e entrada do prédio (mais ou menos em frente à lanchonete e entrada das rampas). Sentimos um cheiro forte de gás lacrimogêneo e dezenas de nossos colegas começaram a passar mal devido aos efeitos do gás – lembro da professora Graziela, do professor Thomás, do professor Alessandro Soares, do professor Cogiolla, do professor Jorge Machado e da professora Lizete todos com os olhos inchados e vermelhos e tontos pelo efeito do gás. A multidão de cerca de 400 ou 500 pessoas ficou acuada neste edifício cercada pela polícia e 4 helicópteros.

O clima era de pânico. Durante cerca de uma hora, pelo menos, se ouviu a explosão de bombas e o cheiro de gás invadia o prédio. Depois de uma tensão que parecia infinita, recebemos notícia que um pequeno grupo havia conseguido conversar com o chefe da tropa e persuadido de recuar. Neste momento, também, os estudantes no meio de um grande tumulto haviam conseguido fazer uma pequena assembléia de umas 200 pessoas (todas as outras dispersas e em pânico) e deliberado descer até o gramado (para fazer uma assembléia mais organizada). Neste momento, recebi notícia que meu colega Thomás Haddad havia descido até a reitoria para pedir bom senso ao chefe da tropa e foi recebido com gás de pimenta e passava muito mal. Ele estava na sede da Adusp se recuperando.

Durante a espera infinita no pátio da História, os relatos de agressões se multiplicavam. Escutei que a diretoria do Sintusp foi presa de maneira completamente arbitrária e vi vários estudantes que haviam sido espancados ou se machucado com as bombas de concusão (inclusive meu colega, professor Jorge Machado). Escutei relato de pelo menos três professores que tentaram mediar o conflito e foram agredidos. Na sede da Adusp, soube, por meio do relato de uma professora da TO que chegou cedo ao hospital que pelo menos dois estudantes e um funcionário haviam sido feridos. Dois colegas subiram lá agora há pouco (por volta das 7 e meia) e tiveram a entrada barrada – os seguranças não deixavam ninguém entrar e nenhum funcionário podia dar qualquer informação. Uma outra delegação de professores foi ao 93o DP para ver quantas pessoas haviam sido presas. A informação incompleta que recebo até agora é que dois funcionários do Sintusp foram presos – mas escutei relatos de primeira pessoa de que haveria mais presos.

A situação, agora, é de aparente tranquilidade. Há uma assembléia de professores que se reuniu novamente na História e estou indo para lá. A situação é gravíssima. Hoje me envergonho da nossa universidade ser dirigida por uma reitora que, alertada dos riscos (eu mesmo a alertei em reunião na última sexta-feira), autorizou que essa barbárie acontecesse num campus universitário. Estou cercado de colegas que estão chocados com a omissão da reitora. Na minha opinião, se a comunidade acadêmica não se mobilizar diante desses fatos gravíssimos, que atentam contra o diálogo, o bom senso e a liberdade de pensamento e ação, não sei mais.

Por favor, se acharem necessário, reenviem esse relato a quem julgarem que é conveniente.

Cordialmente,

Prof. Dr. Pablo Ortellado

Escola de Artes, Ciências e Humanidades

Universidade de São Paulo"

É isso ai pessoal, olha o ponto em que chegamos!

Romulo

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Enem X Vestibular

Caros leitores hoje venho falar um pouco sobre vestibular e Enem, muitas pessoas podem achar este assunto muito trivial ou coisa do tipo, mas isto interfere nos profissionais que irão substituir os que estão por ai no mercado.

Não sei se vocês sabem, mas o governo federal resolveu unificar os vestibulares das universidades publicas no Enem, onde a primeira prova seria o Enem e a segunda seria cada universidade que iria aplicar, mas muitas pessoas não vêem problema nisto, mas isto é a maior besteira do mundo, pois vamos monopolizar ainda mais o ensino universitário público neste país.

No meu ponto de vista esta muito errada esta atitude, pois como nós estamos em um país onde tudo pode acontecer, não vou ficar espantado quando estiver correndo notícias na mídia sobre fraudes no vestibular, e na verdade quem sai perdendo é a pessoa pobre que não pode pagar uma universidade e tem que ficar dependendo de programas do governo.

Vocês podem marcar o que eu estou falando, este método será muito usado politicamente, como tudo que é bom neste país, nasce bom e vira político. Os estudantes das universidades publicas estão se mobilizando para não ocorrer isto, não vemos noticia sobre isto na mídia, pois não interessa a eles, podemos ver que querem nos impor alguma coisa para poder agradar aos ricos. Cabe a nós estudantes lutarmos por nossos direitos.

Sempre que tiver alguma novidade sobre este assunto eu estarei postando aqui, esta é minha opinião, muitas pessoas não irão gostar do que esta escrito aqui, mas fazer o que? Não da para agradar a todos.

Romulo

terça-feira, 12 de maio de 2009

A Nova República Velha

Peguei-me pensando hoje em uma importante questão histórica que nos trouxe até o ponto em que estamos hoje, no Brasil: As oligarquias que dominaram o cenário político no início do séc. XX, no período conhecido como República Velha ou República do café-com-leite ou República das Oligarquias.

Era uma época em que a elite brasileira - os grandes latifundiários - disputavam entre si pelo poder regional nos diversos estados do país. Aqui no sudeste, como de praxe, esses senhores decidiram que sua visão de governo era a melhor para todo o país e seus interesses os movimentaram a lutar para chegar à presidência. Como perceberam mais tarde, negociar era bem mais vantajoso do que usar a força, então os estados de Minas Gerais e São Paulo chegaram a um acordo: ora um elegia um presidente à sua escolha, ora outro.

Tal prática ficou conhecida como Política do café-com-leite, que não tem nada a ver com o fato de São Paulo, na época, ser grande produtor de café e Minas de leite, como dizia a "tia" Lalá no ensino fundamental (Sinto muito ter que lhes fazer esta triste revelação , mas o nome desta política foi uma mera formalidade de historiadores. Perdoem-me pelos corações despedaçados).

A grande questão é que quase nenhum dos candidatos aos poderes locais e à presidência tinham propostas sérias ou sequer um ideal político, limitando-se a atender aos interesses das oligarquias que o apoiaram. O poder pelo poder. Muita imagem e poucas medidas. Nem discurso era necessário, pois as eleições eram fraudadas na cara dura e não havia necessidade de se conquistar o apoio do povo; O voto era de cabresto, ou seja, os senhores de engenho ordenavam seus trabalhadores a votar no candidato que eles queriam. Como o voto era aberto, era muito mais fácil controlar em quem se votava. Tudo isso contribuindo para dar total autonomia às oligarquias.


Trazendo para os dias atuais, muitos desses valores ainda permanecem inalterados. A prepotência dos estados do sudeste em querer impor sua visão ao restante do Brasil continua; as eleições fraudulentas ainda acontecem em alguns municípios; A falta de propostas e ideais ainda é uma triste realidade(em alguns casos é quase possível ler na testa do candidato que aparece na tv "Eu só quero seu dinheiro, trouxa"); em alguns lugares ainda existem os chamados "currais eleitorais", que nada mais são do que uma versão moderna do voto de cabresto. Todo o nosso sistema eleitoral é uma piada.

Em tempos de eleição, os candidatos trocam ofensas e calúnias entre si e ficamos sabendo mais fofocas acerca da vida pessoal dos sujeitos do que seu passado político e seus reais interesses.


Grande parte dos votantes é analfabeto funcional e/ou político, o que se reflete quando o candidato escolhido para governar é "o mais bonito" ou o que discursa com palavras difíceis (Sim, muitas pessoas acreditam que a aparência física é um grande quesito a se considerar na hora de escolher seu futuro presidente/prefeito/governador/senador/deputado); outra parte não está nem aí para essas questões e vota em qualquer um porque "político é tudo igual. Tudo ladrão" e outra simplesmente está completamente alienada. Apenas uma minoria vota com consciência, e uma parcela menor ainda cobra resultados depois das eleições. É mais fácil cruzar os braços e esperar que tudo caia do céu - e culpar o governo por não agir - do que pôr as mãos à obra.


Infelizmente, este é um ciclo vicioso que permanecerá ainda por muitas décadas, até que alguém dê a cara a tapa e resolva investir pesado em educação, conscientização e revolução.

Como disse Lima Barreto: O Brasil não tem povo, o Brasil tem público.

Abraços

Jack Waters

quinta-feira, 30 de abril de 2009

O que é ser politizado

Venho aqui hoje mostrar para vocês um texto muito interessante que eu recebi por email. Se trata de um texto do cientista político Emir Sader, falando sobre o que é ser politizado.

O que é ser politizado - Emir Sader

Ser politizado é entender como funcionam as relações de poder em cada sociedade e no mundo em geral. É compreender que, por trás das relações de troca no mercado existem relações de exploração. Que, por trás das relações de voto, existem relações de dominação. Que, por trás das relações de informação, há um processo de alienação.

Ser politizado, no mundo de hoje, significa compreendê-Io no marco das relações capitalistas de acumulação e de exploração. Representa entender o mundo no marco da hegemonia imperial estadunidense, baseada na força militar e na propaganda do modo de vida estadunidense.

Ser politizado é compreender que tudo o que existe foi produzido historicamente, pelas relações entre os homens e o meio em que vivem. Ou melhor, entre os homens, intermediados pelo meio em que vivem. E que, portanto, tudo o que foi construído pelos homens pode ser desconstruído e reconstruído. Que tudo é histórico. Que a própria separação entre sujeito e objeto - que nos aparece como "dada" - é produzida e reproduzida cotidianamente mediante relações econômico-sociais alienadas.

Ser politizado é saber subordinar as contradições menores às estratégicas, saber que as contradições com o capitalismo são sempre também contra o imperialismo, pela fase histórica atual do capitalismo.

E o que é ser despolitizado

Já ser despolitizado é achar que as coisas são como são porque são como são, sempre foram assim e sempre serão. É considerar que as pessoas sempre buscam tirar vantagens que não têm grandeza para lutar desinteressamente por um mundo melhor. Que o que diferencia as pessoas é a ambição de melhorar na vida, que a grande maioria não tem jeito mesmo.

Entre o ser politizado e o despolitizado está a alienação, a falta de consciência da relação entre nós e o mundo. Alienar é entregar o que é nosso para outro - como diz a definição jurídica em relação a bens. Ser alienado é não perceber a presença do sujeito no objeto e vice-versa, sua vinculação indissolúvel.

A luta pela emancipação humana é uma luta contra toda forma de exploração, de dominação, de discriminação, mas, antes de tudo e sobretudo, uma luta contra a alienação - condição de todas as outras lutas.

Emir Sader é Cientista Político


Espero que gostem deste texto.

Romulo

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Feriado Religioso? Não, viva o Dia mundial do Livro!

Como muitos sabem(e aos que não sabem, explicarei adiante), no dia 23 de abril é comemorado o dia do padroeiro da cidade do Rio de Janeiro, São Jorge, com um feriado municipal.

Até aí, nenhuma novidade. Mas para os que moram em outras cidades fluminenses (que é o meu caso) a coisa se torna um pouco mais complicada: enquanto uns aderiram ao feriado e viajaram, outros preferiram ficar e trabalhar. Algumas escolas tiveram aula, outras não; enfim, uma bagunça. Na minha cidade, por exemplo, o comércio pretendia funcionar normalmente, mas devido à evasão dos consumidores, foi obrigado a fechar as portas mais cedo, cumprindo somente meio expediente.

Em outras cidades, prefeitos de outras religiões não reconhecem datas comemorativas regionais de santos católicos e, portanto, não decretam feriado. Este é o ponto de partida de minha reflexão.

Por que motivo, em um país teoricamente laico, como o Brasil, decretam-se feriados - nacionais ou regionais - em homenagem a figuras católicas? Por que cada cidade tem que ter o seu "padroeiro" e prestar homenagens a ele? O que essas pessoas ditas "santas" fizeram de grandioso que abrangesse a todos os grupos de pessoas, independente da classe social e religião?

Dois dias antes do feriado de São Jorge foi comemorado o feriado nacional de Tiradentes, uma figura histórica de grande relevância para o Brasil e um exemplo de luta por um ideal que deveria ser aprendido e seguido por muitos brasileiros. É, no mínimo, revoltante, constatar que milhares(ou até milhões) de pessoas jamais ouviram falar de Joaquim José da Silva Xavier, ou apenas o conhecem por nome, sem saber nem ao menos superficialmente sobre sua luta contra um governo tirano e corrupto do século XVIII, mas, ao mesmo tempo, conhecem com detalhes a fábula de São Jorge e do dragão. Digo fábula porque não me atrevo a cometer o sacrilégio de comparar um homem que realmente existiu e cuja biografia pode ser sustentada com amplos registros históricos e um ser fictício que mora na lua, traja armaduras medievais para enfrentar uma figura mitológica e que é conhecido apenas através do boca-a-boca e pela fé.

O que São Jorge fez de especial para o país, para a história, para o mundo? Absolutamente nada!

Mas, voltando ao tema central, porque havemos de ter feriados religiosos - que só abrangem uma parcela da população - com a mesma importância que damos a comemorações e homenagens realmente importantes, que abrangem a todos?

Por que temos um feriado nacional no dia 25 de dezembro, se uma boa fatia da população brasileira não é cristã? Por que outro, de Nossa senhora de aparecida no dia 12 de outubro, se eu não sou católico? Por que não há feriados em datas festivas judaicas ou budistas? Por que não há um em homenagem a Darwin, ou Newton, que deixaram um legado importantíssimo para toda a humanidade?

Onde está a laicidade? Por que um muçulmano, um evangélico, um judeu, um ateu, um umbandista, por exemplo, tem que ficar em casa e parar todo o seu ritmo de trabalho por causa da presunção de outra religião?

Por esse motivo, neste dia 23 de abril, eu não presto homenagem a nenhum santo ou festividade religiosa; eu comemoro o Dia mundial do livro.

Por que? Porque os livros são a principal fonte de conhecimento, cultura e arte que existe. Um verdadeiro tesouro ao alcance de todos. Como disse sabiamente Monteiro Lobato: "Uma nação se faz com homens e livros".

O livro é um transporte para o cerne da essência humana, uma viagem para o núcleo de nós mesmos e uma inesgotável fonte de saber. Sem eles, nunca teríamos chegado ao nível de compreensão que chegamos acerca da natureza, do universo e do ser humano; ainda estaríamos presos a um sistema arcaico de agricultura de subsistência e a sociedade, como a conhecemos hoje, jamais existiria. Não haveria médicos, engenheiros, professores, juízes nem nenhum tipo de profissional de qualquer área.

Portanto, por ter nos guiado durante toda a nossa história e ter sido de fundamental importância para a humanidade, o livro merece, no mínimo, nossa sincera homenagem.

Felizes os que lêem, pois a eles pertence a liberdade.

Abraços

Jack Waters

Alienação? Manipulação?

Olá, meu nome é Romulo, sou estudante e tenho 19 anos. Entrei no projeto deste blog há pouco tempo e este é meu primeiro post como vocês vêem.

Sou uma pessoa que gosta muito de filosofia e tento da melhor forma entender e passar o que eu entendi para as pessoas sem manipular a informação, pois eu acho que já chega de manipulação, manipulação esta que é o tema do meu post de hoje, afinal de contas temos de começar escrevendo alguma coisa de útil!

Alienação? Manipulação?

Às vezes eu me pergunto, tudo isto que nós vemos hoje em dia é o que realmente é? Uma pergunta um tanto confusa. Vamos analisar os fatos, eu estava lendo o post do Jack e me veio na mente o filme “Muito além do cidadão Kane”, onde mostra a trajetória da Rede Globo, eu estava pensando todo tipo de mídia popular neste país nos leva a alienação, nos manipulam. Eu vejo nas ruas os jornais que até pouco tempo eu achava que era a forma mais culta de se informar, mas agora você tem no rapé do jornal uma notícia que geralmente relevante e no resto do jornal tem alguma mulher quase sem roupas ou alguma coisa relacionada ao próximo capítulo da novela ou alguém que morreu baleado. E quando existe alguma notícia que interessa realmente ela é manipulada. 

Pessoalmente, não acredito em quase nada que vejo na televisão hoje em dia sou bem crítico. E não é somente a televisão e os jornais que tentam nos alienar, eles só dão uma força, toda a sociedade alienada tenta nos puxar para seu lado, se você não é alienado você é um vagabundo que só pensa nestas coisas “malucas” e erradas. Erradas? Estas pessoas que ficam reclamando dos governantes, mas não fazem nada para mudar e acham que aquilo é assim porque tem que ser assim, isso é o ser despolitizado que o cientista político Emir Sader descreve em seu texto:

“Já ser despolitizado é achar que as coisas são como são porque são como são, sempre foram assim e sempre serão. É considerar que as pessoas sempre buscam tirar vantagens que não têm grandeza para lutar desinteressamente por um mundo melhor. Que o que diferencia as pessoas é a ambição de melhorar na vida, que a grande maioria não tem jeito mesmo.“

 Lendo este texto eu me inspirei para escrever este post, penso que a maioria da sociedade é alienada e manipulada por diversos meios, não só os de comunicação, mas também pelo meio onde vivem, pelos amigos e parentes. 

Já ouvi muitas pessoas falando que filosofia é coisa de “viado”, estas pessoas não têm uma visão política do mundo para eles política é só aquele período em que a novela dele é interrompida para passar o programa eleitoral gratuito, é deste tipo de pessoa que o Emir Sader está falando. Uma pessoa manipulada e alienada em seu mundinho de todos os dias, que não vive, somente pensa que vive, que não toma decisões somente vive em modelos que colocaram que é melhor para a vida dele, não vivem por si, mas sim vivem pelo dinheiro.
 
Para concluir eu quero primeiramente pedir desculpas se meu pensamento está um pouco bagunçado, pois eu sou assim mesmo, depois de um tempo vocês iram se acostumar comigo, e quero falar que devemos tomar muito cuidado para não irmos junto com esta onda de alienação que estamos sofrendo, pois tem muita gente que está ganhando com nossa alienação, por isso não existem ações para mudar isto. Eu agradeço a todos que me agüentaram até o final deste post. 

Obrigado a todos.

Romulo - Ablankzin

terça-feira, 21 de abril de 2009

Mera Coincidência

Saudações, caros leitores.

Aproveitando o feriado e o embalo da postagem anterior, vou atualizar o blog novamente, enquanto estou naqueles dias em que a mente fervilha de idéias.

Ainda estou pensando num tema para escrever aqui, enquanto isso utilizarei uma técnica muito usada por jornalistas, que consiste em começar a escrever "a esmo" para forçar o cérebro a "pegar no tranco" e só então desenvolver o tema em questão(a famosa enrolação). Conforme se vai escrevendo, um assunto vai puxando outro e logo se tem um texto completo. Quer um exemplo? Aí vai:

Já que falei sobre jornalistas - e isso me remete automaticamente à mídia - estive pensando na questão da hipersaturação de reportagens e opiniões acerca do mesmo assunto ou tipo de assunto, característica dos grandes veículos de informação atuais. Explico melhor. Já repararam, por exemplo, como alguns "furos" são explorados ao máximo pela mídia? Um exemplo recente foi o caso do homem que abusava sexualmente de sua afilhada de 9 anos e que a engravidou de gêmeos, tendo a família optado pelo aborto e sendo excomungada pelo representante local da Igreja, junto com a menina e toda a equipe médica responsável pela operação, mas, ironicamente, o padastro da moça não.

Este assunto, que causou polêmica e estupefação da sociedade, foi ampla e incansavelmente abordado por todos os grandes veículos de informação do país, saturando a tv, o radio, os jornais, as revistas, a internet e as conversas de bar. Eu mesmo pensei em me aprofundar nele neste artigo, mas desisti. Não há razão para continuar ruminando-o. É chato para quem escreve e para quem lê, que já não aguenta mais esta história.

Enfim, o ponto em que quero chegar é que, frequentemente, surgem escândalos como esse que tomam toda a atenção pública, sendo explorados até a última gota pela mídia e depois esquecidos, para dar lugar a um novo escândalo. É um ciclo vicioso. Mas qual a intenção por trás de todo esse teatro?

Talvez desviar a atenção do povo para esconder os furos realmente importantes; talvez para vender milhões de jornais e revistas, ter ibope nos programas que abordam aquele tema e nos blogs na internet; talvez pura falta de assunto mesmo ou talvez tudo isso junto. Enquanto somos bombardeados com a notícia que o fulano estava saindo com travestis, soldados americanos invadem a amazônia de forma clandestina para explorar algumas de nossas riquezas e não ficamos sabendo. Enquanto lemos e relemos que o teto de uma igreja caiu, políticos corruptos fazem a festa com o nosso dinheiro. E isso é apenas a ponta do iceberg...

Particularmente, desconfio sempre que alguma notícia se repete infinitamente por esses meios, como um meme entre os blogs. Desconfio que algo maior está acontecendo e está sendo abafado. Já repararam que algumas dessas "replicações" acontecem em períodos de instabilidade política ou econômica? Aconteceu ano passado mesmo, pouco antes das eleições municipais, o escândalo do Ronaldinho. Ao mesmo tempo, notícias relvantes como a que abordava o problema de quase 50% dos municípios brasileiros terem apenas um candidato a prefeito eram deixados de lado, ou publicadas num rodapé de página de jornal, e apenas uma vez.

Existe um filme que aborda exatamente esta questão, e gostaria de aproveitar a deixa para recomendá-lo. Chama-se Mera Coincidência (Wag the dog), e mostra como o governo, associado à mídia, pode abafar escândalos e podres criando justamente esse tipo de notícia.


Por fim, gostaria de acrescentar que não é a minha intenção criticar ou julgar nenhum desses meios de informação, mas apenas analisar esta questão delicada que mutias vezes passa batida diante de nossos olhos.

Sem mais delongas, vou finalizando por aqui. Até que, para um artigo que começou sem idéia alguma, o texto legal. Espero que gostem. ^^

Abraços

Jack Waters

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

A próxima guerra

Há alguns dias estava eu conversando no mirc, quando um de meus amigos me manda um texto no mínimo interessante, abordando uma questão perturbadora que acontece neste momento ao norte do nosso país(mais especificamente em Roraima) e que agora disponibilizarei para vocês. Não posso assegurar a confiabilidade da fonte, mas a minha namorada, que é de Boa Vista/RR leu o texto e disse que é tudo verdade.

O que mais me intriga é que essa notícia não é transmitida na mídia das grandes massas e o povo continua completamente alienado para as questões políticas nacionais.
Segue um mapa do estado, para facilitar a visualização e depois o texto:



A PRÓXIMA GUERRA

Segue abaixo o relato de uma pessoa conhecida e séria, que passou recentemente em um concurso público federal e foi trabalhar em Roraima. Trata-se de um Brasil que a gente não conhece.

As duas semanas em Manaus foram interessantes para conhecer um Brasil um pouco diferente, mas chegando em Boa Vista (RR) não pude resistir a fazer um relato das coisas que tenho visto e escutado por aqui.

Conversei com algumas pessoas nesses três dias, desde engenheiros até pessoas com um mínimo de instrução.

Para começar o mais difícil de encontrar por aqui é roraimense, pra falar a verdade, acho que a proporção é de um roraimense para cada 10 pessoas é bem razoável, tem gaúcho, carioca, cearense, amazonense, piauiense, maranhense e por aí vai. Portanto falta uma identidade com a terra. Aqui não existem muitos meios de sobrevivência, ou a pessoa é funcionária pública, e aqui quase todo mundo é, pois em Boa Vista se concentram todos os órgãos federais e estaduais de Roraima, além da prefeitura é claro. Se não for funcionário público a pessoa trabalha no comércio local ou recebe ajuda de Programas do governo. Não existe indústria de qualquer tipo. Pouco mais de 70% do Território roraimense é demarcado como reserva indígena, portanto restam apenas 30%, descontando-se os rios e as terras improdutivas que são muitas, para se cultivar a terra ou para a localização das próprias cidades. (Na única rodovia que existe em direção ao Brasil (liga Boa Vista a Manaus, cerca de 800 km) existe um trecho de aproximadamente 200 km reserva indígena Waimiri Atroari) por onde você só passa entre 6:00 da manhã e 6:00 da tarde, nas outras 12 horas a rodovia é fechada pelos índios (com autorização da FUNAI e dos americanos) para que os mesmos não sejam incomodados.

Detalhe: Você não passa se for brasileiro, o acesso é livre aos americanos, europeus e japoneses. Desses 70% de território indígena, diria que em 90% dele ninguém entra sem uma grande burocracia e autorização da FUNAI.

Detalhe: Americanos entram na hora que quiserem, se você não tem uma autorização da FUNAI mas tem dos americanos então você pode entrar. A maioria dos índios fala a língua nativa além do inglês ou francês, mas a maioria não sabe falar português. Dizem que é comum na entrada de algumas reservas encontrarem-se hasteadas bandeiras americanas ou inglesas. É comum se encontrar por aqui americano tipo nerds com cara de quem não quer nada, que veio caçar borboleta e joaninha e catalogá-las, mas no final das contas pasme, se você quiser montar um empresa para exportar plantas e frutas típicas como cupuaçu, açaí camu-camu etc., medicinais, ou componentes naturais para fabricação de remédios, pode se preparar para pagar 'royalties' para empresas japonesas e americanas que já patentearam a maioria dos produtos típicos da Amazônia...

Por três vezes repeti a seguinte frase após ouvir tais relatos: É os americanos vão acabar tomando a Amazônia e em todas elas ouvi a mesma resposta em palavras diferentes. Vou reproduzir a resposta de uma senhora simples que vendia suco e água na rodovia próximo de Mucajaí:

'Irão não minha filha, tu não sabe, mas tudo aqui já é deles, eles comandam tudo, você não entra em lugar nenhum porque eles não deixam. Quando acabar essa guerra aí eles virão pra cá, e vão fazer o que fizeram no Iraque quando determinaram uma faixa para os curdos onde iraquiano não entra, aqui vai ser a mesma coisa'.

A dona é bem informada não? O pior é que segundo a ONU o conceito de nação é um conceito de soberania e as áreas demarcadas têm o nome de nação indígena. O que pode levar os americanos a alegarem que estarão libertando os povos indígenas. Fiquei sabendo que os americanos já estão construindo uma grande base militar na Colômbia, bem próximo da fronteira com o Brasil numa parceria com o governo colombiano com o pseudo objetivos de combater o narcotráfico. Por falar em narcotráfico, aqui é rota de distribuição, pois essa mãe chamada Brasil mantém suas fronteiras abertas e aqui tem Estrada para as Guianas e Venezuela. Nenhuma bagagem de estrangeiro é fiscalizada, principalmente se for americano, europeu ou japonês, (isso pode causar um incidente diplomático)... Dizem que tem muito colombiano traficante virando venezuelano, pois na Venezuela é muito fácil comprar a cidadania venezuelana por cerca de 200 dólares.
Pergunto inocentemente às pessoas; porque os americanos querem tanto proteger os índios. A resposta é absolutamente a mesma, porque as terras indígenas além das riquezas animais e vegetais, da abundância de água são extremamente ricas em ouro (encontram-se pepitas que chegam a ser pesadas em quilos), diamante, outras pedras preciosas, minério e nas reservas norte de Roraima e Amazonas, ricas em PETRÓLEO.
Parece
que as pessoas contam essas coisas como que num grito de Socorro a alguém que é do sul, como se eu pudesse dizer isso ao presidente ou a alguma utoridade do sul que vá fazer alguma coisa. É pessoal, saio daqui com a quase certeza de que em breve o Brasil irá diminuir de tamanho. Um grande abraço a todos. Será que podemos fazer alguma coisa???
Acho que sim.

Repasse esse e-mail para que um maior número de brasileiros fique sabendo desses absurdos.

Mara Silvia Alexandre Costa Depto de Biologia Cel. Mol. Bioag.
Patog. FMRP - USP

. Um grande abraço a todos. Será que podemos fazer alguma coisa???
Acho que sim.

Repasse esse e-mail para que um maior número de brasileiros fique sabendo desses absurdos.

Mara Silvia Alexandre Costa Depto de Biologia Cel. Mol. Bioa



Vamos abrir os olhos, Brasil!!

Publicado por Jack Waters