segunda-feira, 27 de abril de 2009

Quem sou eu?

Segunda-feira introspectiva. Um pensamento permeia minha mente. Já é tão rotineiro que nem pede licença para entrar em minha cabeça, confundir meus sentimentos e me fazer refletir por muito tempo.

Penso nas pessoas que me cercam, e nas impressões que deixei. Pergunto-me se, se eu morresse amanhã, como se lembariam de mim? Qual a semente que plantei em cada um?

Sou um ser multifacetado, inacabado e imprevisível, que procura evoluir cada vez mais e que se policia ao máximo para não se perder pelo caminho. Mas, afinal, o que represento? O que transpareço?

Para a maioria das pessoas, sou apenas mais um rosto comum, desses que a gente passa ao lado na rua e nem repara, a não ser pelo cabelo destoante dos demais. Para essas, sou um doido cabeludo, ou um jovem revoltado.

Aos meus amigos, apresento-me de maneiras diferentes, sem necessariamente ser falso. Sou várias imagens num só corpo, como um álbum de fotografias em que se escolhe as fotos que serão mostradas de acordo com o momento e a pessoa.

Aos amigos íntimos, sou um filósofo, um amante das artes e das coisas simples da vida, que busca agir de acordo com seus princípios e com ética, reservado e tranquilo; aos conhecidos, um roqueiro fanático e maluco, daqueles chatos que não sabem falar de outra coisa além do mesmo assunto (no caso, o rock).

Também sou simpático, para alguns; nerd para outros, ou o "cara que manja de computador". Sou também o guitarrista, o que veste sempre uma camisa de banda e jeans, o vegetariano, o rpgista, o ateu, o anarquista. Sou todos estes rótulos e outros.

Para a única pessoa que realmente me ama como sou, sou tudo isso ao mesmo tempo e muito mais. A única que conhece minhas múltiplas faces e ainda assim admira, sem medo. Para ela, sou profundo, diferente, um bom ser humano.

Não sou fácil de compreender. Sou sensato, com um pouco de loucura; impulsivo, com um pouco de cautela; reservado, porém com muita humanidade. Sou realista, mas nunca deixo de sonhar e de arriscar. Não gosto de agir sob pressão e me sinto incomodado quando alguém vem me dizer que eu tenho que mudar minha mente, enquadrar-me.

Não nasci para ser igual e não há nada que eu preze mais no mundo do que a liberdade de pensamento. De fato, meus dois maiores amores nesta vida são a filosofia e a música, de tal forma que a própria vida não teria sentido para mim se me faltasse alguma das duas, e preferiria morrer a viver privado de seus encantos.

E, se eu morrese amanhã, as lembranças de meus amigos, juntas, formariam um mosaico do que eu sou e de tudo que representei para eles. Como seria a imagem? Será que realmente valeu a pena? Ou, no fim das contas, fui apenas mais um que passou em branco por esta vida? Quem sabe um dia alguem consiga compreender este mistério de minha existência, que não é nada mais que o mistério da essência humana.

Obrigado a todos os que compartilham um pouco de suas vidas comigo.

De seu amigo,

Jack Waters

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