sexta-feira, 23 de novembro de 2007

A Maré da Ignorância

Após o Tsunami, novas ondas chegaram a mídia, agora com um pouco mais de intelectualismo, ou pelo menos os adeptos desse “grupo” acreditam nisso, um grupo que se afirma diferente, estive pesquisando sobre o fanatismo das religiões, e o que mais me assustou não foram as Igrejas Protestantes ou as Ortodoxas, mas sim os Ateus, parece surgir uma nova “Religião”, parece uma antítese mas é a crua verdade, apesar da semelhança de ser algo totalmente oposto, como já citado, essa nova vertente religiosa se diz única, diferente, e até mesma verdadeira, as suas mentes confusas se perdem no meio do motivo que é certo mas seguem o caminho errado.

Esses pseudo-intelectuais também possuem uma “espécie” de Deus, que eles chamam de vários nomes: verdade, realidade, anti-abstrato, e por último “Ciência”, a ciência que esses nobres adeptos absorvem é algo totalmente fora da razão, confundem o sentido da Ciência, se perdem no meio de paradigmas mal interpretados, de teorias que afirmam ser leis, e o mais errado: Eles crêem que a Ciência busca uma resposta para sua pergunta, o que de fato sabemos que é uma visão errada, pois a Ciência não é feita para responder perguntas, muito menos de cunho religioso, talvez a leitura do texto “A Ciência como vocação” de Max Weber possa ajudá-los na jornada de seu pseudo-Deus.

O ser humano vai sempre dotar de sentido o que está em sua volta, e por isso, a margem de erro é grande, um lápis, é sim um lápis, mas vamos definir melhor, qual a função do lápis? O que ele pode trazer para nós? E as vezes os problemas se tornam as perguntas, ou até mesmo as respostas que encontramos, a pergunta errada leva a uma resposta não coerente, no texto “A História tem um sentido?” de Remo Bodei vai tentar demonstrar exatamente isso, que a dotação de sentido que o ser humano sente e a necessidade de colocar em prática, ela pode te dar certeza sobre o que não é real, e dificuldade de se viver sem um sentido, e então acabamos fugindo para áreas que nos respondam as perguntas que temos e que tenhamos então um sentido, para o que desejamos. Essa fuga de nós mesmos, tanto indo para o lado religioso ou encostando ao lado científico faz com que ocorra um choque mental que o ser pensante não seja tão “pensante” assim, e entre em um abismo profundo.

Em uma cadeia de detenção máxima, existia um senhor chamado Rosso, esse homem foi acusado de matar prostitutas, e ele esperava na cadeia enquanto não saía a decisão do Juiz, esse homem vivia louco, quebrava seus próprios dentes no ferro da grade de sua cela, deitava e se debatia, e gritava palavras sem nexo, esse homem não teve um dia calmo depois que entrou naquela cela pequena, na cadeia. O Homem então, um dia foi chamado para receber finalmente sua pena, pingos de suor, o homem-água, depois de horas, ele ouve:

– Senhor Rosso, está sujeito a pena de morte.

Em um instante, o homem olha para os lados calmamente e se pode ter a certeza de que seu alívio chegou, sim, ele agora possuía sentido, sua vida tinha sentido, e o homem não consegue viver sem dotar de sentido o que faz parte dele, seja o que está o rodeando ou dentro dele mesmo, o assassino esperou a morte chegar, e morreu com aceitação.

Essa estória tenta passar a necessidade do ser humano em viver colocando sentido em tudo que o cerca. Toda essa preocupação de dotação de sentido, é o que colocam os Ateus e os Religiosos no mesmo “patamar”, não que todos os Ateus sejam fanáticos pela ciência que eles criaram (pois não existe uma ciência que tem como fundamento responder perguntas de cunho religioso), mas a maioria dos Ateus quando vão argumentar contra a Religião, tentam demonstrar o lado científico como: A verdade.

E o meu medo, além de ser um grupo pseudo-intelectual que está se expandindo, é que a ciência é danificada com isso, pois muitos Ateus se consideram Historiadores, pois “falam”, afirmam fatos inexistentes, sendo que nada sabem do que dizem, são engenheiros afirmando que no século “Y” ocorreu isso e aquilo e por isso é assim hoje…, e cada vez mais, o medo persegue a minha alma e a de outros Historiadores, por isso, surfistas tomem cuidado, a descrença também é um Deus…

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