Se você não acompanha a série, confira a introdução aqui
Começaremos pelo início da vida. Sim, aqueles bons tempos de nossa infância em que tudo era novo e fantástico. Um mundo inteiro de belezas, encantos, perigos e mistérios extendiam-se diante de nós: bravos exploradores em busca de novas experiências. Época em que não tínhamos que nos preocupar com escola, trabalho, status, beleza ou com as desgraças que afligem o planeta. Ao invés disso, brincávamos alegremente de nos descobrir e também o fazer com o mundo, fartando-nos de fantasia e sonhos. Sim, bons tempos aqueles em que as possibilidades se escancaravam à nossa frente e desfrutávamos de uma agradabilíssima sensação de liberdade.
Quem foi criança na década de 90 como eu, vão se lembrar das maravilhosas tardes que passaram jogando o mega drive ou super nintendo, assistindo Power Rangers (o 1º), Cavaleiros do Zodíaco, tantas outras séries e animes ou brincando na rua com o maior "piques" e diversas brincadeiras do tempo de nossos avós. Também se lembrarão dos Mamonas Assassinas (eternas saudades), do Ayrton Senna e de outros ídolos que desde cedo tivemos que nos habituar com a perda.
Quem não se lembra daquelas músicas que não entendíamos a letra por sermos inocentes e sem maldade no coração? Ahhh bons tempos aqueles...
Mas como explicar a uma criança o que é a morte?
Na infância, que começa em torno dos 4 ou 5 anos, aos poucos tomamos consciência de que há coisas que não compreendemos e a partir daí desenvolvemos nossa capacidade de questionar (Pode-se dizer que as crianças são filósofas por natureza), e buscamos questionar aqueles que para nós são a principal fonte de influência e verdadeiros poços de sabedoria: Nossos pais, avós e pessoas mais velhas com que convivemos.
Porém, há certas coisas que são difíceis até mesmo para os sábios explicar para uma criança. Por exemplo:
O que é a morte?
Como tudo começou?
Por que o céu é azul?
Por que as pessoas têm cores diferentes?
A maioria dos pais não se pergunta o motivo ou significado de tantas coisas, acabando por ficar sem uma resposta convincente para dar. Entretanto, para uma criança não são necessárias amplas explicações. Respostas do tipo "Por que papai do céu fez assim" são bastante esclarecedoras a elas.
Desde cedo, a criança acostuma-se a receber respostas simplórias e vagas e em alguns casos é "educada" a não fazer questionamentos complexos, como por exemplo a existência de um paraíso ou de um "papai do céu".
Também acontece a várias crianças nessa idade serem reprimidas por seus pais ao fazerem suas "experiências" de vida.Quem nunca levou um tapinha ou uma bronca por mexer nas gavetas da mamãe, brincar com as ferramentas do papai ou colocar o dedo na tomada? Quem nunca ouviu um "Sai daí, menino!", "Não mexa aí!" ou "Não faça isso!", geralmente acompanhado de ameaças? Nós não compreendemos porque somos impedidos de explorar e aprender as coisas da vida e acabamos encarando nossos pais como tiranos, mas depois simplesmente nos conformamos e aceitamos o fato de que há certas coisas que não podemos fazer.
Não brinque com a tomada menino!!
Nessa primeira etapa da vida, a educação no lar tem um papel de extrema importância na nossa formação como seres humanos.É nesta fase que aprendemos, teoricamente, valores como honestidade, paciencia, compreensão, solidariedade (quem tem irmãos entende o que quero dizer) e noção do que é aceito e o que não é por outras pessoas. Digo "teoriacamente" porque, em muitos casos, o que os pais fazem é dizer aos seus filhos como devem se comportar mas acabam se comportando de maneira oposta. É o famoso "Faça o que eu digo e não o que eu faço". Porém, eles se esquecem que a criança aprende muito mais com o exemplo do que com a palavra.
Que valor tem as palavras de um pai que diz ao seu filho para não bater em seu irmãozinho, mas quando chega em casa depois do trabalho agride a sua esposa? O que dizer então das palavras de uma mãe fumante compulsiva que diz ao seu filho pequeno para não fumar? As coisas não são bem por aí.
Com o passar do tempo a criança acaba ficando um tanto confusa com tantas informações. Suas dúvidas se expandem à medida que novos horizontes de conhecimento aparecem. Quanto mais aprendem, mais percebem o quão pouco sabem. E não é fácil organizar tal conhecimento. Se a criança se acostumar em conformar-se com a ignorância quando seus pais o reprimirem por questionar certas coisas ou darem respostas vagas que só irão gerar mais dúvidas, acabará ficando com preguiça de pensar. Afinal, de que adianta buscar saber as coisas se ninguém vai ajudar, se vão reprimir e no final das contas você só vai ter mais dúvidas que no início?
É muito mais fácil acreditar em uma resposta simples que explica tudo. É aí que entra o papel da religião, mas isso é assunto para o próximo artigo...
Até lá.
Publicado por Jack Waters
Agradecimento: Ao meu amigo Bruno por revisar o texto e dar sugestões.
sábado, 12 de janeiro de 2008
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
Em busca da ascensão social - Introdução
Você alguma vez já ouviu frases do tipo "Não faça isso!Está errado!", "Você tem que estudar pra arranjar um bom emprego e ficar rico" e "Não pense nisso ou irá pro inferno!"?
Já se sentiu tentado a comprar coisas que não precisa só porque gostou da propaganda?
Já fez algo que não queria fazer por pressão dos amigos?
Já se sentiu confuso e solitário por não ter alguém com quem conversar abertamente sobre as suas idéias por medo de alguém as achar malucas e ridículas?
Já se sentiu mal com o seu corpo?
Se você se identificou com alguma situação acima, saiba que não é o único.
Esta é a introdução de uma série de artigos em que pretendo expor a minha visão sobre a sociedade em diversas etapas da vida do Homem ocidental, baseada em minhas experiências pessoais.
Tentarei mostrar em etapas que considero as mais relevantes como somos moldados pelo nosso meio, que enquadra e limita nossas mais bela manifestação artística: a liberdade.
O Medo da rejeição as vezes nos torna o que não gostaríamos de ser...
Ao longo de nossa vida somos coagidos, manipulados e limitados pelo mundo ao nosso redor.
Pais, religião, escola, mídia, sociedade, mercado de trabalho; Todos esses são responsáveis pela nossa formação intelectual e social.Todos procuram impor a nós suas respectivas visões de mundo, o que é "certo" e o que é "errado", quais os tipos de comportamento devemos ter, o que devemos pensar,falar e vestir, ter ou não ter.
De uma forma resumida, buscarei mostrar como nascemos livres e aos poucos vamos tomando medo do mundo, limitando-nos e adequando a um molde invisível de uma sociedade que sequer sabe porque se deixa moldar por ele. Da magia da infância ao calculismo frio da vida adulta, da amizade verdadeira às relações de interesse, da solidariedade à indiferença, do livre pensamento ao tabu. Deixamos de viver e passamos a existir, deixando de lado o verdadeiro valor de nós mesmos em troca da aceitação do grupo.
Que a jornada comece!
Nota do autor:Tudo que for dito nesta série de artigos parte de minha própria experiência de vida.Não digo quem está certo ou errado, tampouco pretendo mudar o modo de vida de ninguém.Meu objetivo é fazer uma análise crítica, e se alguém se identificar com o que foi dito, saiba que não está sozinho, que há muitos outros que pensam como você.Da mesma forma, críticas e sugestões são bem-vindas, desde que sejam com o intuito de ajudar e não de ofender.
Já se sentiu tentado a comprar coisas que não precisa só porque gostou da propaganda?
Já fez algo que não queria fazer por pressão dos amigos?
Já se sentiu confuso e solitário por não ter alguém com quem conversar abertamente sobre as suas idéias por medo de alguém as achar malucas e ridículas?
Já se sentiu mal com o seu corpo?
Se você se identificou com alguma situação acima, saiba que não é o único.
Esta é a introdução de uma série de artigos em que pretendo expor a minha visão sobre a sociedade em diversas etapas da vida do Homem ocidental, baseada em minhas experiências pessoais.
Tentarei mostrar em etapas que considero as mais relevantes como somos moldados pelo nosso meio, que enquadra e limita nossas mais bela manifestação artística: a liberdade.
O Medo da rejeição as vezes nos torna o que não gostaríamos de ser...
Ao longo de nossa vida somos coagidos, manipulados e limitados pelo mundo ao nosso redor.
Pais, religião, escola, mídia, sociedade, mercado de trabalho; Todos esses são responsáveis pela nossa formação intelectual e social.Todos procuram impor a nós suas respectivas visões de mundo, o que é "certo" e o que é "errado", quais os tipos de comportamento devemos ter, o que devemos pensar,falar e vestir, ter ou não ter.
De uma forma resumida, buscarei mostrar como nascemos livres e aos poucos vamos tomando medo do mundo, limitando-nos e adequando a um molde invisível de uma sociedade que sequer sabe porque se deixa moldar por ele. Da magia da infância ao calculismo frio da vida adulta, da amizade verdadeira às relações de interesse, da solidariedade à indiferença, do livre pensamento ao tabu. Deixamos de viver e passamos a existir, deixando de lado o verdadeiro valor de nós mesmos em troca da aceitação do grupo.
Que a jornada comece!
Nota do autor:Tudo que for dito nesta série de artigos parte de minha própria experiência de vida.Não digo quem está certo ou errado, tampouco pretendo mudar o modo de vida de ninguém.Meu objetivo é fazer uma análise crítica, e se alguém se identificar com o que foi dito, saiba que não está sozinho, que há muitos outros que pensam como você.Da mesma forma, críticas e sugestões são bem-vindas, desde que sejam com o intuito de ajudar e não de ofender.
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